domingo, 24 de agosto de 2008

ATALHOS!

Quanto tempo a gente perde na vida?
Se somarmos todos os minutos jogados fora,

perdemos anos inteiros.
Sim, depois de nascer, a gente demora para falar,

demora para caminhar, etc.
E aí, mais tarde, demora para entender certas coisas.
Demora, também para dar o braço a torcer.
Viramos adolescentes (aborrecentes) teimosos e dramáticos.
E levamos um século para aceitar o fim de uma relação!
E outro século para abrir a guarda para um novo amor.
Quando, já adultos, demoramos para dizer à alguém o que sentimos,

demoramos para perdoar um amigo
e demoramos para tomar uma decisão.
Até que um dia, a gente faz aniversário! 37 ou 41 anos! Talvez 50 e tal!
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto.
E só aí a gente descobre que o nosso tempo,

não pode continuar sendo desperdiçado.
Fazendo uma analogia com o futebol,

é como se a gente estivesse com o jogo empatado, no 2º tempo,
e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola para o goleiro!
Ou fazer tabelas desnecessárias!
Quanto esbanjamento!
E esquecemos que não falta muito para o jogo acabar!
Sim, é preciso encontrar logo o caminho do gol.
Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso!
Pois tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade,

é ir direto ao assunto.
Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada,

para todo o resto é melhor atalhar.
E isso, a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.
Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando.
Não esperam sentadas, não ficam dando voltas e voltas

e não necessitam percorrer todos os estágios.
Queimam etapas!
Não desperdiçam mais nada!
Uma pessoa é sempre bruta com você?
Não é obrigatório conviver com ela!
O cara está enrolando muito?
Beije-o primeiro e veja se ele realmente interessa

e transmite algum sentimento!
A resposta do emprego ainda não veio?
Procure outro enquanto espera!
Paciência só para o que importa de verdade.
Paciência para ver a tarde cair.
Paciência para degustar um cálice de vinho.
Paciência para a música e para os livros.
Paciência para escutar um amigo.
Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Para enrolação, um atalho!
O maior possível!

Martha Medeiros

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