quarta-feira, 6 de agosto de 2008

AMOR & ADMIRAÇÃO

Podemos admirar profundamente uma pessoa, sem, no entanto amá-la.
Mas, para amar alguém, devemos nutrir admiração por esta pessoa.
Nenhum amor resiste, quando a admiração acaba.
Diariamente somos bombardeados por mágoas, palavras nem sempre doces, provocações, e outras situações que nos mostram o lado obscuro das pessoas.
Nem sempre o que nos fere, e deixa nosso coração apertadinho, é feito propositalmente.
A pressa que move os seres, faz com que sejam descuidados.
Muitos perderam a delicadeza, e a capacidade de ler o seu próximo,
e já não mais percebem o que machuca, e enche nosso coração de dor.
Isso dói muito. Nem percebem como estamos nos sentindo!
Por que não diminuem os passos deles, e observam nosso íntimo?
No dia seguinte, a mesma coisa. Uma nova bordoada, e mais outra.
E o profundo amor que nutrimos, seja pelo nosso parceiro de jornada,
ou pelo nosso amigo, sofre uma avaria. Passa a ser um amor que sente fome.
Não nos satisfaz plenamente, porque esperamos gestos.
Esperamos que nos compreendam e que se redimam. Mas isso não acontece.
Então, chega a constatação: As pessoas não reagem, conforme a nossa concepção sobre o certo e errado. Elas têm sua própria maneira de enxergar o mundo,
e não acham e nem sentem que estão errando.
O que fazer diante disso? Alertá-las? Brigar?
Retribuir na mesma moeda, para ver se acordam?
Cada qual deve encontrar dentro de si, um modo de interromper este círculo vicioso que se cria, retirar a lança que acertou nossa estrutura emocional e reverter a situação.
Depois de ter encontrado um modo de fazer os seres perceber que nos machucam, devemos novamente, achar motivos para admirá-los. A mágoa tem cores horríveis,
é como uma grande mancha negra, que cobre nossa vida, ofuscando o sol tão lindo que sempre trazemos no sorriso. Mas, ela é passageira. Acredite nisso.
Desde que você tome atitudes firmes, e sinceras consigo mesmo, para eliminar a causa. Antes da mágoa, geralmente vem a raiva, outro sentimento corrosivo,
que faz a nossa boca dizer coisas, das quais nos arrependemos depois.
Aceitar os seres como eles são, é uma tarefa muito complicada; uma das grandes provas da vida. Justificar as atitudes de alguém, e não perder a admiração que sentimos,
também é complicado. Dificilmente alguém admite que está errado. Nem nós mesmos. Fazer isso requer humildade e uma avaliação honesta de nossas fraquezas.
É mais fácil ver o erro em nosso espelho, que é nosso próximo.
Porém, o reflexo que vemos nele, nem sempre cabe em nós mesmos.
Ser condescendente? Perdoar? Não, sem antes fazer uma limpeza por dentro.
Para arrancar a mágoa, usa-se a generosidade.
Reacende-se a bondade, e se vê a outra pessoa com mais brandura.
Faça uma lista das qualidades e dos defeitos dela.
Pegue um papel e caneta e mãos á obra. Escreva. Veja qual coluna cresce mais.
Seja sincero. Não permita que a mágoa que sente, esqueça de conceder um elogio.
Agora veja o resultado e faça uma avaliação. O que sobrou?
Ainda vale á pena apostar nesta pessoa? As qualidades foram maior? ou os defeitos?
Se foram os defeitos, unicamente você poderá decidir se vale á pena prosseguir neste caminho. Apenas você pode avaliar se deseja continuar assim.
Se foram as qualidades, você sem o perceber, reativou a admiração, juntamente com o amor que sentia.
Veja! A grande mancha escura, vagarosamente está sendo absorvida,
por esta coisa linda que nasceu no seu rosto, chamada sorriso.
Desejo que ande devagar o suficiente, para não ser você que, mesmo sem querer,
torne o dia de alguém cinzento. E que tenha grandeza de alma, para suspirar, perdoar, sabendo que o tempo é um excelente remédio, o combustível de todos os recomeços.

(MOMMENTUM AD INFINITUM)

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